Para abrir o apetite!!
A
Mina de São Domingos e a respectiva aldeia mineira correspondem a um antigo
couto mineiro localizado na freguesia de
Corte do Pinto, concelho de
Mértola,
Portugal.
A mina tinha ligação ao porto fluvio-marítimo do
Pomarão, no
rio Guadiana, por meio de um
caminho-de-ferro mineiro de via reduzida com cerca de 15 km de extensão.
GeologiaA mina fica situada no centro da
Faixa Piritosa Ibérica da designada
Zona Sul Portuguesa, onde se situam igualmente as minas de
Canal-Caveira,
Lousal,
Aljustrel e
Neves-Corvo e que se prolonga em
Espanha para além das
minas de Riotinto.
A massa estimada de 25 milhões de toneladas de minério explorada em São Domingos tinha uma disposição subvertical, com uma orientação aproximadamente este-oeste, com a presença predominante de
pirite e, em percentagens variáveis, de
blenda,
calcopirite e
galena. A pirite apresentava teores de
enxofre entre 45% e 48%. Os teores médios de
cobre e
zinco eram de 1,25% e de 2 a 3%, respectivamente.
História Linha férrea em 1880
A história da mina de São Domingos é anterior aos tempos do
Império Romano, altura em que os trabalhos se intensificaram com a exploração do
chapéu de ferro que cobria a massa piritosa, para exploração de
cobre,
ouro e
prata.
No século XIX, em
1858, tem início a exploração recente da mina pela companhia Manson and Barry, tendo-se prolongado os trabalhos por mais de um século até
1965, ano de encerramento da mina, após esgotamento do minério.
A lavra da mina nos tempos modernos foi feita a céu aberto até aos 120 m de profundidade, tendo os trabalhos continuado por meio de poços e galerias até aos 400 m.
Com o fim da mina, a aldeia mineira entra em decadência.
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A Mina de São Domingos é rodeada por três cidades notáveis: Beja (sede de distrito), Mértola (sede de conselho) e Serpa. Até à fronteira espanhola são poucos quilómetros, existindo agora, muito recentemente, uma ligação fronteiriça rodoviária. Também o Algarve, a famosa costa do Sul de Portugal, e Évora, eleita pela UNESCO como património cultural mundial, ficam a menos de duas horas de distância.
A história da Minas de São Domingos é anterior aos tempos do Império Romano, altura em que os trabalhos se intensificaram com a exploração do chapéu de ferro que cobria a massa piritosa, para exploração de cobre, ouro e prata.
Com a redescoberta da Mina em 1854, por Nicolau Biava e o início da exploração em 1857, a empresa proprietária da Mina, La Sabina, concede os direitos de exploração à empresa Mason and Barry, que constrói pouco a pouco uma aldeia para todos que laboram na mina e em seu redor. Com locais bem demarcados, foram construídos bairros em função das actividades desenvolvidas na estrutura mineira. Ainda hoje, é bem visível esta divisão de poder: a zona dos Ingleses, com casas espaçosas, jardins e espaços de convívio contrasta com as zonas dos operários em que o mesmo espaço (16m2) era compartilhado por famílias numerosas. Edificações, de taipa, alinhadas em banda, são hoje o cartão de visita desta localidade. Durante mais de cem anos, os mineiros retiraram do subsolo milhões de toneladas de minério, principalmente cobre.
No século XIX, mais especificamente em 1858, tem início a exploração recente da mina pela companhia Manson and Barry, tendo-se prolongado os trabalhos por mais de um século até 1966, ano de encerramento da mina, após esgotamento do minério.
A lavra da mina nos tempos modernos foi feita a céu aberto até aos 120 m de profundidade, tendo os trabalhos continuado por meio de poços e galerias até aos 400 m.
Nos dias de hoje, a mina encontra-se abandonada, restando apenas ruínas. Em redor destas vêem-se lagoas ácidas com um pH de aproximadamente 2,4. Estas lagoas foram criadas há algumas décadas atrás para fazer decantação, ou seja, para fazer a separação de misturas heterogéneas entre um sólido e um líquido ou de líquidos imiscíveis (que não se misturam), das escorrências da antiga mina. No entanto, este abandono da mina é preocupante, pois coloca sérios problemas ambientais, a nível dos impactos paisagísticos, assim como dos ecossistemas afectados. Estas "águas ácidas" são prejudiciais para os solos, contaminando-os, para os ecossistemas existentes perto das minas, e para linhas de água, o que se agrava ainda mais se tivermos em conta que algumas servem para consumo de populações.
No entanto, apesar de todos os malefícios que esta situação pode trazer para o meio ambiente e para os seres humanos, existe uma parte menos negativa que é o facto de muitas pessoas utilizarem estas "águas ácidas" para curar ferimentos.
Nas minas, a paisagem é avassaladora. A terra é
vermelha,
ocre do cobre,
amarelo do enxofre. Devido aos xistos argilosos e rocha fortemente coloridos, a terra ora é ocre, ora é de um vermelho sangue ou branco alvo. Aqui, a natureza oferece-nos um cenário que chega a ser estranho e avassalador. Existem vestígios de edifícios, pontes, linhas-férreas que agora estão em ruínas. A vegetação é escassa tal como a fauna, embora se possa avistar algumas cegonhas brancas nas chaminés das minas. Apesar disto, estamos perante uma paisagem que prende o olhar de quem lá vai. A paisagem fascina, sentimo-nos pequenos perante a imponência do que ali se passou – é como um sentimento de Sublime Kantiano. Quando se segue viagem a pé ou de bicicleta,
pela linha do caminho-de-ferro, que foi a primeira em Portugal, vamos encontrar o Pomarão, uma aldeia, com cerca de 30 habitantes, que fora em tempos um porto fluvial de grande importância, quando do Guadiana partiram barcos carregados de minério. Agora está transformado em cais de pequenos veleiros.
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Link para fotos
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