Ando sem falar disto a ninguém há muito.
O caso é que gosto de fazer de conta que controlo uma TA no meio do transito como se fosse de bicicleta. Encho o peito de ar, aperto a embraiagem para poder acelerar à corredor e começo a gincana.
Valem-me alguns anos de experiência e a coisa tem corrido mais ou menos, se bem que na verdade não faço gincana nenhuma nem passo por espaços com menos de 1,5m da largura e com os carros todos parados. Mas chego a casa todo contente. Na garagem acelero a fundo duas vezes para os vizinhos repararem, desligo a mota e desmonto à cavaleiro.
Ora nos últimos dias este exercício (o da gincana) tem-se tornado crescentemente difícil, sem que eu perceba muito bem porquê. Tenho feito exames regularmente e o electro-encefalograma não tem detetado nenhuma senilidade excessiva ou não esperada. Dou por mim a escolher caminhos com pelo menos 3m de largura e mesmo assim passo tangentes a espelhos, capazes de lhes limpar impressões digitais.
Adicionalmente apostaria que o diabo da TA ou ganhou vontade própria ou está-se a armar. Pode eventualmente estar possuída, não me recordo de a ter levado a nenhuma bênção das motas e o padre da paróquia local continua a embirrar não me deixar estacionar a menina na coxia.
Bem, ontem na garagem, depois das duas aceleradelas e do desmontar à cavaleiro, escondi-me atrás de um carro e esperei que não estivesse ninguém na garagem para me pôr a espreitar para a frente da mota a procurar algo solto e/ou eventualmente atirar-lhe alguma água benta (na embalagem diz "destilada" mas na loja garantiram-me que tinha o mesmo efeito).
Depois de uns 15 minutos sem saber o que estava a fazer, desisti e sentei-me em cima dela. Preparava-me para a reza que anteciparia o esconjuro, quando, para não me desequilibrar enquanto segurava no jarro e nos alhos, toquei no guiador! Parecia preso! Fiz mais força. Fez "tic" e rodou!!!!!
Pousei o jarro, os alhos e o terço.
Duas mãos no guiador, tirei o capacete (sim, ainda estava com ele. Gosto de dar uma de "Dart Vader" enquanto subo no elevador. Adicionalmente protejo-me de alguns vizinhos que falam alto e deitam muitos perdigotos) e comecei a virar para um lado e para o outro.
Pois. A direção prende no centro e era isso que me estava a tornar um sério candidato a enfiar-me num carro. Fui buscar a água benta e coloquei na bateria (dizem que é sempre melhor usar água desta), os alhos enfiei-os no bolso para devolver à despensa antes que a minha mulher dê por falta, pus o terço ao pescoço e subi alegremente no elevador com a certeza de que afinal ainda era um excelente piloto e que apesar da gravíssima falha mecânica continuava sem ter de indemnizar nenhum automobilista.
Cheguei a casa perdigotado mas feliz.
Amanhã ou assim vou ver se troco as caixas de direção.
Abraço
O caso é que gosto de fazer de conta que controlo uma TA no meio do transito como se fosse de bicicleta. Encho o peito de ar, aperto a embraiagem para poder acelerar à corredor e começo a gincana.
Valem-me alguns anos de experiência e a coisa tem corrido mais ou menos, se bem que na verdade não faço gincana nenhuma nem passo por espaços com menos de 1,5m da largura e com os carros todos parados. Mas chego a casa todo contente. Na garagem acelero a fundo duas vezes para os vizinhos repararem, desligo a mota e desmonto à cavaleiro.
Ora nos últimos dias este exercício (o da gincana) tem-se tornado crescentemente difícil, sem que eu perceba muito bem porquê. Tenho feito exames regularmente e o electro-encefalograma não tem detetado nenhuma senilidade excessiva ou não esperada. Dou por mim a escolher caminhos com pelo menos 3m de largura e mesmo assim passo tangentes a espelhos, capazes de lhes limpar impressões digitais.
Adicionalmente apostaria que o diabo da TA ou ganhou vontade própria ou está-se a armar. Pode eventualmente estar possuída, não me recordo de a ter levado a nenhuma bênção das motas e o padre da paróquia local continua a embirrar não me deixar estacionar a menina na coxia.
Bem, ontem na garagem, depois das duas aceleradelas e do desmontar à cavaleiro, escondi-me atrás de um carro e esperei que não estivesse ninguém na garagem para me pôr a espreitar para a frente da mota a procurar algo solto e/ou eventualmente atirar-lhe alguma água benta (na embalagem diz "destilada" mas na loja garantiram-me que tinha o mesmo efeito).
Depois de uns 15 minutos sem saber o que estava a fazer, desisti e sentei-me em cima dela. Preparava-me para a reza que anteciparia o esconjuro, quando, para não me desequilibrar enquanto segurava no jarro e nos alhos, toquei no guiador! Parecia preso! Fiz mais força. Fez "tic" e rodou!!!!!
Pousei o jarro, os alhos e o terço.
Duas mãos no guiador, tirei o capacete (sim, ainda estava com ele. Gosto de dar uma de "Dart Vader" enquanto subo no elevador. Adicionalmente protejo-me de alguns vizinhos que falam alto e deitam muitos perdigotos) e comecei a virar para um lado e para o outro.
Pois. A direção prende no centro e era isso que me estava a tornar um sério candidato a enfiar-me num carro. Fui buscar a água benta e coloquei na bateria (dizem que é sempre melhor usar água desta), os alhos enfiei-os no bolso para devolver à despensa antes que a minha mulher dê por falta, pus o terço ao pescoço e subi alegremente no elevador com a certeza de que afinal ainda era um excelente piloto e que apesar da gravíssima falha mecânica continuava sem ter de indemnizar nenhum automobilista.
Cheguei a casa perdigotado mas feliz.
Amanhã ou assim vou ver se troco as caixas de direção.
Abraço