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Final de Setembro, bela época para marchar a sul a solo e curtir Marrocos na minha Transalp, virgem como eu em pistas e trilhos.
Vivendo na Serra da Estrela, fiz uma paragem técnica em Lisboa para tratar de validação de autorização de proprietário (a mota não está em meu nome) na embaixada enquanto a oficina tratava de revisão geral e pneus novos.
Acordei para um dia chuvoso mas nada me faria reter mais tempo … pensava eu. Sequei o banco, montei toda a bagagem (3 malas Gui e uma mochila no banco), equipei-me … Porra !
A mota não pegou à primeira, nem à décima primeira tentativa … esgotei quase a bateria, carreguei em todos os botões, tentei com mota inclinada, tentei de empurrão, … nem queria acreditar.
Chamei a Assistência em Viagem e regressei no reboque fulo até à oficina. Tirámos com dificuldade a mota lá de cima do estrado inclinado e escorregadio, e tentei demonstrar logo o meu descontentamento pela revisão efectuada … carreguei no botão e … de imediato a mota pega !?!?!? Porra mais uma vez !!
Testámos várias vezes mas nada de anormal. A mota estava óptima. Terá sido da humidade nocturna ? de afogamento no carburador ? não sei … alguma coisa foi ... vai repetir-se ? Com essa incerteza, arranquei no dia seguinte.
Nesse dia fiz apenas Lisboa-Algarve para testar a máquina. Segui para Sevilha onde tentei em vão comprar botas para o meu tamanho (47) e só no terceiro dia passei Tarifa-Tangêr. Seguindo a recomendação de um blogger parei em Asilah para dormir e comer peixe fresco, mas não gostei de todo da povoação e dos seus locais ávidos de turistas, chateando-nos e a eles próprios na disputa dos nossos consumos. Ainda para mais paguei caro por um hotel (40€ depois de negociação), só repetido no destino mais turístico de todos, Marrakech.
Ao quarto dia fiz a ligação a Chefchauen por estradas secundarias, bem espectaculares, tanto quanto a própria cidade destino. Uma Medina pequena mas completa, e muito pouco turística … ninguém nos liga peva
Optei para ficar mais uma noite no Hotel El Rif (18€) dia de forma a largar os 45 kg de bagagem e fazer uns trilhos na montanha ao redor da cidade. Excelente decisão … recomendo !
Ao quinto dia parti para sul, com destino aos arredores alargados de Fez onde há muita coisa que ver, com troços recomendados diversos. Mas isso não se concretizou … Porra pela terceira vez !!! … e comecei a ter tempo e assunto para crónicas diárias no meu blog sublinhadosll.blogspot.com
1º Post : Depois de uma avaria electrica na semana passada em Lisboa, ontem mais outra envolvendo electrões que deixaram de saltitar. Ainda bem que fui á revisão no inicio da semana passada, pois alem destas duas avarias, ainda por diagnosticar, verifiquei ontem que não tenho óleo no circuito de travagem e os raios das rodas estão todos desapertados.
Ia eu pelas 10h da manha a 30km sul de Chefchaouen quando decidi parar na primeira aldeia onde havia uma bifurcação para consultar o mapa, no sentido de escolher uma via alternativa e mais rural ... azar ou sorte (uns kms mais á frente seriam bem piores), a mota ficou mesmo ali sem energia e sem pegar nem de empurrão.
Pensei que fosse algum contacto desligado depois das trialeiras da véspera mas depois de desmontar uma serie de peças não encontrei nada desligado ... começou aí uma maratona que ainda não terminou 24h depois, recheada de incidentes e experiencias únicas e alucinantes, que se tiver tempo ainda hoje as relatarei.
2º Post: 28 horas depois continuo esperando que Ala' resolva o(s) problema(s) da mota... ele tem tentando através de inúmeros discípulos aqui na região mas como para o nosso Deus, os caminhos por vezes são tortuosos.
3º Post : Recuando as tais 28h, estava eu estoirado e desidratado a tentar sozinho a arrancar de empurrão; depois de ter desmontado toda a vasta carga que carrego, e os locais estavam nas sombras próximas contemplando-me e nem se aproximavam com o intuito de ganhar dinheiro ... parece que por aqui não precisam. Será por ser a região que detém mais de 40% do mercado mundial de Cannabis o que representa para Marrocos a sua principal fonte de divisas ? eles realmente estavam em relax fumando nuns tubos compridos, com os quais vim a ter contacto de perto, mais tarde no dia de ontem.
Quando me encontrava derrotado, sentado também numa sombra e sem poder deslocar-me junto de alguém adulto a 50-100 mts pois já tinha um bando de jovens rondando os meus pertences, lá veio um ciclista que me informou haver um mecânico na primeira á direita, 200 mts á frente. Lá fui avançando como pude em etapas curtas com a mota e a bagagem á vez ... 5 kgs a menos nos meus 115 kgs depois, cheguei ao mecânico ... mas de panelas de pressão e de umas velhas bicicletas. Estavam lá meia-duzia de homens conversando, fumando e dando palpites ... tudo em árabe e ninguém falava línguas estrangeiras. Porreiro, estava bem entregue !
...
Vivendo na Serra da Estrela, fiz uma paragem técnica em Lisboa para tratar de validação de autorização de proprietário (a mota não está em meu nome) na embaixada enquanto a oficina tratava de revisão geral e pneus novos.
Acordei para um dia chuvoso mas nada me faria reter mais tempo … pensava eu. Sequei o banco, montei toda a bagagem (3 malas Gui e uma mochila no banco), equipei-me … Porra !
A mota não pegou à primeira, nem à décima primeira tentativa … esgotei quase a bateria, carreguei em todos os botões, tentei com mota inclinada, tentei de empurrão, … nem queria acreditar.
Chamei a Assistência em Viagem e regressei no reboque fulo até à oficina. Tirámos com dificuldade a mota lá de cima do estrado inclinado e escorregadio, e tentei demonstrar logo o meu descontentamento pela revisão efectuada … carreguei no botão e … de imediato a mota pega !?!?!? Porra mais uma vez !!
Testámos várias vezes mas nada de anormal. A mota estava óptima. Terá sido da humidade nocturna ? de afogamento no carburador ? não sei … alguma coisa foi ... vai repetir-se ? Com essa incerteza, arranquei no dia seguinte.
Nesse dia fiz apenas Lisboa-Algarve para testar a máquina. Segui para Sevilha onde tentei em vão comprar botas para o meu tamanho (47) e só no terceiro dia passei Tarifa-Tangêr. Seguindo a recomendação de um blogger parei em Asilah para dormir e comer peixe fresco, mas não gostei de todo da povoação e dos seus locais ávidos de turistas, chateando-nos e a eles próprios na disputa dos nossos consumos. Ainda para mais paguei caro por um hotel (40€ depois de negociação), só repetido no destino mais turístico de todos, Marrakech.
Ao quarto dia fiz a ligação a Chefchauen por estradas secundarias, bem espectaculares, tanto quanto a própria cidade destino. Uma Medina pequena mas completa, e muito pouco turística … ninguém nos liga peva
Optei para ficar mais uma noite no Hotel El Rif (18€) dia de forma a largar os 45 kg de bagagem e fazer uns trilhos na montanha ao redor da cidade. Excelente decisão … recomendo !
Ao quinto dia parti para sul, com destino aos arredores alargados de Fez onde há muita coisa que ver, com troços recomendados diversos. Mas isso não se concretizou … Porra pela terceira vez !!! … e comecei a ter tempo e assunto para crónicas diárias no meu blog sublinhadosll.blogspot.com
1º Post : Depois de uma avaria electrica na semana passada em Lisboa, ontem mais outra envolvendo electrões que deixaram de saltitar. Ainda bem que fui á revisão no inicio da semana passada, pois alem destas duas avarias, ainda por diagnosticar, verifiquei ontem que não tenho óleo no circuito de travagem e os raios das rodas estão todos desapertados.
Ia eu pelas 10h da manha a 30km sul de Chefchaouen quando decidi parar na primeira aldeia onde havia uma bifurcação para consultar o mapa, no sentido de escolher uma via alternativa e mais rural ... azar ou sorte (uns kms mais á frente seriam bem piores), a mota ficou mesmo ali sem energia e sem pegar nem de empurrão.
Pensei que fosse algum contacto desligado depois das trialeiras da véspera mas depois de desmontar uma serie de peças não encontrei nada desligado ... começou aí uma maratona que ainda não terminou 24h depois, recheada de incidentes e experiencias únicas e alucinantes, que se tiver tempo ainda hoje as relatarei.
2º Post: 28 horas depois continuo esperando que Ala' resolva o(s) problema(s) da mota... ele tem tentando através de inúmeros discípulos aqui na região mas como para o nosso Deus, os caminhos por vezes são tortuosos.
3º Post : Recuando as tais 28h, estava eu estoirado e desidratado a tentar sozinho a arrancar de empurrão; depois de ter desmontado toda a vasta carga que carrego, e os locais estavam nas sombras próximas contemplando-me e nem se aproximavam com o intuito de ganhar dinheiro ... parece que por aqui não precisam. Será por ser a região que detém mais de 40% do mercado mundial de Cannabis o que representa para Marrocos a sua principal fonte de divisas ? eles realmente estavam em relax fumando nuns tubos compridos, com os quais vim a ter contacto de perto, mais tarde no dia de ontem.
Quando me encontrava derrotado, sentado também numa sombra e sem poder deslocar-me junto de alguém adulto a 50-100 mts pois já tinha um bando de jovens rondando os meus pertences, lá veio um ciclista que me informou haver um mecânico na primeira á direita, 200 mts á frente. Lá fui avançando como pude em etapas curtas com a mota e a bagagem á vez ... 5 kgs a menos nos meus 115 kgs depois, cheguei ao mecânico ... mas de panelas de pressão e de umas velhas bicicletas. Estavam lá meia-duzia de homens conversando, fumando e dando palpites ... tudo em árabe e ninguém falava línguas estrangeiras. Porreiro, estava bem entregue !
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