Após mais de dezasseis meses fora de casa cheguei ao norte da América do Sul. Já são duas semanas que decorrem por terras da Colômbia.
O acidente que tive no Equador atrasou-me e fez-me alterar um pouco os meus planos, mas nada que não se resolva.
Nesta data já deveria estar na Costa Rica mas daqui a mais três ou quatro semanas andarei por lá.
Estou a lançar este novo tema pois se calhar seria interessante ir dizendo alguma coisa do que vai acontecendo. Eu sei que tenho um blogue onde vou escrevendo e pondo fotografias irregularmente. Também servirá para ir respondendo, dentro do possível e se souber, a alguma pergunta que me queirais fazer sobre qualquer outro assunto relacionado com a viagem que estou a fazer ou até outra que já tenha feito.
Para já posso dizer que têm sido uns meses fantásticos estes que tenho passado por cá. Tirando a queda que tive, tudo o resto quero recordar como fazendo parte da viagem. Os pequenos contratempos, o roubo das máquinas fotográficas em Lima já quase esqueci, como consertar um furo na Carretera Austral, estrada de rípio no Chile, debaixo de um sol abrasador ou uma queda na Ruta 40, na Argentina, sem consequências graves a não ser empenar a protecção da carenagem e a mala do lado esquerdo, fazem parte de andar na estrada seja de asfalto ou terra.
Foram milhares de quilómetros por estradas de asfalto boas e também algumas menos boas. As estradas de terra também as havia para todos os gostos, como se costuma dizer. Na Argentina e Chile as estradas de terra, normalmente, eram razoáveis mas às vezes também exigiam aplicação. As piores estradas de terra que encontrei posso dier que foi na Bolívia. Aqui havia mesmo estrada em terra batida e com a passagem de carros ou camiões o pó que se levantava não deixava ver nada. Era preciso parar e esperar alguns instantes para o pó assentar um pouco e só depois se podia continuar. É que no meio do pó, que às vezes escorregava como lama, havia pedras pequenas e grandes que atrapalhavam a condução.
Alguns dias ou ocasiões que achei muito gratificantes, que me lembro agora, foram:
a semana que passei na Dakarmotos, em Buenos Aires, enquanto preparava a saída para a estrada, as pessoas que conheci foram excepcionais.
o primeiro encontro das Transalp, na Argentina, onde também participei e sendo o único estrangeiro.
a volta pelo sul do Brasil e a passagem nas cataratas do Iguaçú.
o encontro Horizons Unlimited em Viedma, Argentina, no início de Dezembro, com todos aqueles motociclistas e eu n meio deles.
o Natal e Passagem de Ano em Ushuaia,
o sul da Patagónia, no Chile e Argentina.
o mês de Março em que voltei a Buenos Aires e fiquei outra vez na Dakarmotos, mais alguns viajantes que conheci.
a estada na Bolívia e a travessia das montanhas pelo salar de Uyuni e lagunas até ao Chile.
mais tarde, na Bolívia, a passagem pela estrada da morte e a "Ronda dos Yungas".
o regresso à estrada, agora há duas semanas, no Equador
Se entretanto me lembrar de mais alguma coisa poderei acrescentar.
Uma coisa que já me perguntaram algumas vezes foi se uma moto como a minha de "apenas" 600 cc era suficiente para fazer uma viagem destas. Eu sempre tenho dito que é suficiente e não é preciso uma moto maior. Já vi motociclistas a viajarem com as Suzuki DR 350 sem problemas e até motos mais pequenas.
Até agora tenho feito a manuntenção normal e felizmente não tenho tido problemas mecânicos. É certo que fiz uma boa revisão antes de partir mas achei que seria melhor do que depois avariar no meio do nada.
Acho que por agora já chega.
Apenas quero dizer, é pessoal mas todos podem saber, que tenho pena que não saia o euromilhões ao Mustafá para ele se poder juntar a mim e ver como um cota com Alzheimer ainda aguenta a andar por aqui ao fim destes meses. Espero quando chegar à idade dele não ficar como ele.
Um abraço para todos, com Transalp ou outra motorizada qualquer, e fazei perguntas sobre alguma coisa que pensais tenha interesse,
antónio queirós
Última edição por antonio.q em Qui 26 Fev 2009, 20:51, editado 1 vez(es)