América, um destino fascinante

António,

Não me canso de dizer que é uma delícia ler as tuas crónicas. O facto de teres tido um furo ( ficava irado ) e de teres caído - felizmente sem consequências de maior - não te tiram o alento de continuares o teu périplo e de relatares aqui no Forum.

Continuação de grandes aventuras !

Forte abraço deste paraíso Sócrateano !

Pedro

Boas António.

Que tenhas uma boa viagem por aí e na vinda, vai informando a malta de como esta a correr a aventura.

António, é um deleite ler-te, como sempre. Foste então de veleiro da Colombia para o Panamá, evitando o "Darien Gap". Quase toda a gente evita este bocado, que é o único troço na PanAmericana, que vai do Alasca à Patagónia, onde não há estrada. Este troço, de uns 100/200 kms, é uma floresta quase impenetrável onde não há lei: é considerado um dos locais mais perigosos da Terra, apenas habitado por traficantes de droga e armas e militares corruptos. A travessia a pé, de moto, de bicla, de 4x4 não é inédita, mas poucos ocidentais ousaram tentar a travessia. Alguns foram sequestrados pelos bandidos e há relatos épicos desta travessia.

http://en.wikipedia.org/wiki/Dari%C3%A9n_Gap
http://www.world66.com/centralamericathecaribbean/panama/dariengap
http://www.darkroastedblend.com/2008/09/darien-gap-most-dangerous-absence-of.html

Espero que tenhas uma boa estadia na Costa Rica, sem quedas ou furos! Cá te escutamos sempre com muito prazer.

Zé Paulo.

grandes relatos, viaja em segurança amigo..

António sempre no Top Força aí, e obrigado por partilhares as tuas experiências conosco...

V

Andar por aqui não é nenhuma coisa do outro mundo. Eu também pensava antes de vir até cá que seria uma aventura. Não é nada disso.
Quem já deu umas voltas pela Europa ou por Marrocos não estranharia andar por aqui. Claro está que haverá coisas diferentes mas no essencial é o mesmo.
Apenas é necessário ter bastante tempo e também algum dinheiro mas por aqui não há nenhum atraso de vida. As pessoas são como nós. Há boas e más pessoas.

Muitas vezes vemos imagens ou relatos de viajantes que pintam a coisa pior do que é apenas para dizerem que conseguiram ultrapassar dificuldades enormes e para que os considerem uns heróis.
Qualquer um poderia fazer uma viagem destas. De vez em quando surgem dificuldades mas são sempre ultrapassáveis, pode é demorar mais tempo do que gostaríamos.

Agora estou na Costa Rica junto ao lago Arenal. Este país é o mais caro da América Central. Vou tentar seguir para a Nicarágua sem demorar muito tempo.

Um abraço,

antonio.q escreveu:Andar por aqui não é nenhuma coisa do outro mundo. Eu também pensava antes de vir até cá que seria uma aventura. Não é nada disso.
Quem já deu umas voltas pela Europa ou por Marrocos não estranharia andar por aqui. Claro está que haverá coisas diferentes mas no essencial é o mesmo.
Apenas é necessário ter bastante tempo e também algum dinheiro mas por aqui não há nenhum atraso de vida. As pessoas são como nós. Há boas e más pessoas.

Muitas vezes vemos imagens ou relatos de viajantes que pintam a coisa pior do que é apenas para dizerem que conseguiram ultrapassar dificuldades enormes e para que os considerem uns heróis.

Tal e qual, António. Às vezes também, as pessoas querem-nos vender (literalmente) um drama, como fazem os media nos jornais e TV - é compreensível, precisamos todos, uns mais que outros de "ganhar a vida". Mas ainda bem que há pessoas como tu e outros que vou conhecendo que desmistificam as dificuldades e conseguem passar a mensagem de que uma grande viagem é perfeitamente acessível ao comum motociclista com motivação para isso, desde que consiga reservar tempo e algum dinheiro para isso - infelizmente coisas que não são assim tão fáceis de obter... - especialmente o tempo!

O casal Grant e Susan, que criou o portal Horizons Unlimited, fabricou um DVD sobre as viagens de longo curso. Chama-se "The Achievable Dream", título que diz bem da mensagem que querem passar.

Com que então a Costa Rica é o Chile da América Central em termos de carestia de vida?

Continuação de boa viagem e de boas aventuras!

Zé Paulo.

Todos estes países da América central sao pequenos, quando comparados com o tamanho dos países da América do Sul.

Realmente a Costa Rica será o que tem o mais alto custo de vida por aqui.

Sente-se muito a influência dos norte-americanos por todos os lados e também se vêem bastantes. Muitos anúncios ao longo da estrada só estao escritos em inglês.
Para já, por onde andei, tenho visto muita secura.A época da chuva começa só em julho.
Tem feito é um calor dos diabos. Logo de manha cedo já se sente o calor e durante a noite pouco abranda.

Estou en El Salvador onde noto que há pobreza, nao no sentido de pessoas a morrer à fome mas vejo que as casas sao mais fracas. Se calhar nao precisam de grandes casas pois o calor nao obriga a tanto.
Na costa as praias têm sempre gente.Uma coisa curiosa que vi é que quase todos vao para o mar vestidos. Os homens vao de calçoes e com camisas ou t-shirt e as mulheres vao de vestido ou como os homens. Nao vi ninguém de fato de banho.

Vou tentar ver mais umas aldeias e seguir para a Guatemala.

Um pequeno mapa para enquadrar a descrição do António:



Passaste pela Nicarágua, Honduras, certo? Sem história?

Ouvi na TSF há uns tempos atrás um programa com uma viajante portuguesa de fibra que vive em Inglaterra (Joana Oliveira) que acompanhou parcialmente um grande português, Nuno Pedrosa, na sua GRANDE (mais de dois anos e meio) viagem de bicicleta pela Pan Americana. A viagem do Nuno terminou há poucos dias na Patagónia. Estou a falar nisto porque o site dele tem uma lista dos viajantes que encontrou, entre os quais apareces tu, assim como o teu site referencia o dele. Vale a pena também uma visita ao site do Nuno: http://www.ontheroad.eu.com/Portuguese/New%20Blog/PT-Blog.htm e já agora da Joana: http://movimentos-constantes.blogspot.com/ .

Tu falas neles no teu blog, mas conta-nos... como foi o encontro com estes dois tugas fora das normas?

Zé Paulo.

Antonio força!
Realmente é uma viagem fantástica, diverte-te.
Bebe por aí uma por nós.

Abraço
Carlitos

Para já as coisas têm corrido bem. Nao sinto problemas com as pessoas. Nas fronteiras tem sido preciso pagar taxas para entrar e para sair. Agora em El Salvador nao paguei nada.
Nas Honduras, que cruzei numa tarde, tive um encontro com a corrupçao. Nem um quilómetro depois da fronteira a polícia manda-me parar. Disseram logo que me iam multar e depois de uma volta â moto disseram que nao tinha umas fitas reflectoras na moto nem nas malas. Eu bem disse que nao era preciso mas ao fim de meia hora nao me deixavam seguir. Debaixo de um sol abrasador, seriam duas da tarde, tive de lhes dar vinte dólares para poder seguir. Esta foi a grande razao para atravessar as Honduras sem parar. Já me tinham avisado sobre isto e confirmei. Nao queria ter de pagar mais.

Agora quanto ao Nuno e a Joana.
Eu lembro-me de ter lido no JN em 2006 que um português ia fazer a ligaçao de bicicleta entre o Alasca e Ushuaia. Como já andava a preparar a minha volta tomei nota da página de internet para seguir. O pior foi que passados dias perdi o nome e esqueci. Afinal ele partiu de Inuvik no Canadá.
Quando já andava pela Argentina um amigo falou-me no Nuno e disse que seria interessante encontrarmo-nos em algum sítio. Eu disse logo que seria espectacular e enviei uma mensagem ao Nuno.
Passados uns dias ele responde-me e diz que sim, que seria fantástico cruzar-se com um português a viajar pela América.
Fomo-nos comunicando até que ele me envia uma mensagem dizendo que está na Bolívia e dentro de uns dias estaria em Uyuni. Eu andava pelo norte da Argentina com um alemao, o Hartmut, a caminho da Bolivia.
Isto seria em meados de Junho.
Fui com o Hartmut até perto de Sucre e depois cruzei as montanhas em direcçao a Uyuni. Passei em aldeias em que as pessoas se calhar nunca viram uma moto grande. Numa delas até bateram palmas quando atravessei o campo de futebol. A estrada, ou melhor caminho, passava pelo meio do campo. Cheguei a Uyuni dois ou três dias antes da data indicada pelo Nuno, seria um domingo.
Passo o domingo e eu sabia que por ali nao há datas possíveis.
Fui esperando e passou mais uma semana. Esperei mais uns dias e recebi uma mensagem do Nuno. Estava a fazer um trajecto dificílimo. Em muitos sítios a estrada desaparecia e só havia areia. Ele e a Joana tinham de, por vezes, puxar uma bicicleta de cada vez para poder avançar. Com isto havia dias que conseguiam fazer apenas 8 a 10 quilómetros.
Agora só falta dizer que tudo isto se passava a altitudes acima dos 3.600 metros e muitas vezes acima de 4.000. Nao se pode andar depressa nestas altitudes senao há o risco de cair com falta de ar.
Imaginem o que é correr durante um quilómetro e depois ter de fazer um esforço de puxar 40 ou 50 quilos sem descansar.
Mas o Nuno e a Joana chegaram a Uyuni sao e salvos. Eu tinha dito ao Nuno onde estava hospedado e num final de tarde ao regressar a hotel vejo dois ciclistas à porta. Quando me aproximo pensei reconhecer o Nuno, pelas fotos na página dele, e era realmente ele e a Joana.
Estive com eles três ou quatro dias e depois segui para a travessia até ao Chile e eles ainda ficaram. A Joana tinha-se juntado ao Nuno no Equador e iria andar com ele até Outubro.
Foi óptimo, foi fantástico tê-los encontrado ali naquele fim do mundo.
O Nuno e a Joana contaram-me histórias incríveis e de certeza que terao muitas mais pra contar.
Espero voltar a encontrar-me com eles, seja em Leiria ou noutro canto do mundo.

Muito obrigado pela história do encontro, António. É uma maravilha e um privilégio poder ter-te quase em directo a contar esta história, de outro continente. De facto pela entrevista da Joana à TSF em 18 de Dezembro passado, são dois portugueses muito especiais. A história dela, então, é assombrosa. Ela conta que praticamente não tinha treino/experiência de bicicleta, quando se meteu nesta aventura, e foi logo parar a uma cordilheira como os Andes que assustaria qualquer um(a). O treino físico ainda se ganha durante a viagem, mas a força psicológica que é necessária para superar uma prova destas é "qualquer coisa"...

Já agora, para quem tiver interesse em ouvir a entrevista, ela está disponível no Podcast da TSF, aqui:
http://tsf.sapo.pt/podcast/files/mct_20081218.mp3

O programa chama-se "Mais Cedo ou Mais Tarde", com o João Paulo Meneses. Na altura ficou apalavrada uma entrevista com o Nuno no mesmo programa quando ele estivesse de regresso (ele esteve ao telefone da América do Sul, em directo, na entrevista da Joana). Ora como ele terminou há poucos dias, a sua entrevista na radio deve estar a rebentar.

Se não te opuseres, António, vou sugerir ao João Paulo Meneses (vou enviar-lhe e-mail) que te entreviste quando estiveres de regresso. O programa dele recebe com alguma regularidade grandes viajantes como tu!

Obrigado pelos teus relatos e continuação de boa viagem!

Zé Paulo.

Fui ver melhor o Podcast e a entrevista com o Nuno já lá está e é fresquíssima! Da passada quarta-feira!

Aqui está ela: http://tsf.sapo.pt/podcast/files/mct_20090325.mp3

Zé Paulo.

Eu nao tenho muito jeito para falar e ainda falta muito tempo para eu regressar. Se tudo correr bem espero voltar só no final de Outubro.

Mas até lá o mundo ainda vai dar muitas voltas.
Zé Paulo, por mim nao me importo que envies alguma coisa para a TSF, depois quando chegar logo se vê.
Já agora uma pergunta. Estiveste em Góis em 2006, no encontro H.U., com uma Africa Twin?. Lembro-me de um tipo, desculpa-me mas nem me lembro da tua cara, eram tantas caras novas, que tinha uns cabos suplentes já metidos na moto e eu aproveitei a ideia. Assim quando preparei a minha moto fiz o mesmo. Meti um cabo de embraiagem e de acelerador no sítio para o caso de haver um que partisse.
Um abraço,

Cá vamos continuar a acompanhar as voltas que o "teu mundo" vai dar!

Não, não era eu em Góis em 2006. Fui ao encontro HU mas de 2007, também em Góis e o meu (re)despertar para as motos trail é relativamente recente. A táctica de instalação dupla de cabos de acelerador e embraiagem parece coisa de "Nomad"!

Continuação de boa viagem.

Zé Paulo.

António, enviei-te e-mail para o endereço que está no teu blogue. Quando regressares voltamos ao assunto da mensagem se tiveres interesse. Continuação de boa viagem!

Zé Paulo.

O blog do Antonio foi actualizado ontem. Não percam as aventuras no Guatemala!

http://viajardemoto.blogspot.com/2009/04/junto-ao-lago-atitlan-guatemala.html

TodayAdventure escreveu:Fui ver melhor o Podcast e a entrevista com o Nuno já lá está e é fresquíssima! Da passada quarta-feira!

Aqui está ela: http://tsf.sapo.pt/podcast/files/mct_20090325.mp3

Zé Paulo.

Por coincidência ou talvez não, hoje passou no Jornal da Noite da SIC uma reportagem sobre a viagem do Nuno.
Está aqui o link para a noticia na pagina online da SIC com algumas fotos, http://sic.aeiou.pt/online/noticias/programas/reportagem+especial/Artigos/estrada+panamericana.htm

Há mais um português que está de acordo que a "América é um destino fascinante" e que foi lá ver! A fazer grosso modo o percurso do António, também de Sul para Norte e só vai parar no Alaska. Segue "atrás" do António, com bastante atraso! Chama-se Santiago, monta uma V-Strom (tou a ficar contagiado ) e tem um blog aqui: http://argentinalaska.blogspot.com/ .

Zé Paulo.

...é calro que se vai muito atrás, só podis ir de V-strom Mais um aventureiro

V

Já há muito tempo que deveria ter dito mais alguma coisa mas a preguiça não me deixa escrever.
Eu tenho ido actualizando o meu blogue e penso que devem saber por onde ando.
Neste momento estou no Arizona, Estados Unidos.
A América Central não me encheu as medidas, como se costuma dizer. Fui ver as ruínas de Tikal, que eram interessantes mas não como me fizeram crer, isto na Guatemala. Depois de uma passagem de fronteira para o México meio rocambolesca numa canoa, fui ver as ruínas de Chichen Itzé. Foram eleitas como uma das novas maravilhas do mundo mas a mim não me conveceram.
Atravessei o México e fui até ao Texas, onde estive uns dez dias com um amigo que conheci em Ushuaia no final de 2007.
Após alguns dias neste país imenso, as distâncias para ir de um lado para o outro são enormes, apenas posso dizer que tenho andado por sítios espectaculares.
A visita ao museu de Kit Carson foi uma surpesa para mim. Talvez os mais novos não tenham lido ao histórias ao quadradinhos sobre este personagem que ajudou a desbravar e abrir o oeste americano para os europeus invadirem.
A subida ao Pikes Peak foi emocionante. A paisagem com a neve era maravilhosa.
A partir daí tenho andado quase sempre por zonas montanhosas. Cruzar florestas enormes com árvores verde escuro e lá pelo meio ver algumas com um verde claro de folhas novas da primavera é uma beleza.
Fui ver o Black canyon onde um rio, rio grande, corre no meio de um desfiladeiro impressionante.
Passei num Parque Natural que tem umas aldeias, algumas são apenas três ou quatro casas, construídas nas paredes dos desfiladeiros que me impressionaram, mais pelo engenho de descobrir um lugar daqueles, talvez para defesa ou abrigo do inverno.

Cliff Palace
Atravessei o Monument Valley num dia de chuva e não consegui ver aquilo que esperava. Neste vale foram feitos muitosfilmes de cowboys.
Agora estou a caminho do Grande Canyon e só espero que não chova para lá, senão a vista será uma miséria.
Por falar em miséria, por aqui é tudo caro como o raio. Espero aguentar até ao fim.

António, obrigado pelo teu documentário, fez-me lembrar os tempos em que lia os livros do Kit Carson, a tua descrição para mim foi perfeita. Espero realmente que a guita te chegue até ao fim da tua jornada e que seja sempre em segurança.

Vai informando a malta que é sempre bom ler os teus documentários, sobre tudo o que vês e sentes por aí.

Desejo que tenhas uma continuação de boa viagem!

Antonio.q , De facto o teu blog ta na minha lista de favoritos.
São pessoas como tu que me fizeram aprender a viajar de mota.
Que continue a correr tudo bem.

Cumps
Hugo

Não sei se têm visitado o blog do António. Ele está actualmente longe, longe, no Yukon canadiano, muito perto do Alaska americano. Pela descrição, em termos humanos, como era de prever, não é uma aventura tão intensa, mas é compensado pelas paisagens esplendorosas do continente americano, com os seus canyons e parques naturais, e pela abundante vida animal que nós na Europa já não temos praticamente. Da estrada vêem-se alces e ursos e nao são de peluche! Vejam as fotos em http://viajardemoto.blogspot.com/ .

Zé Paulo.

Desde a última vez que escrevi alguma coisa já se passaram muitas semanas. Atravessei os Estados Unidos visitando alguns parques nacionais, dentre eles o Bryce Canyon de que gostei especialmente.
Já andei pelo Canadá e fui até à cidade mais a norte, Inuvik, onde vi osol da meia noite. Há uma outra cidade ainda mais a norte que se pode atingir por terra ou melhor por água mas no inverno quando os rios gelam. Por acaso vi num encontro do "Horizons Unlimited", aqui no Canadá a apresentação de um sujeito que foi até lá no inverno. Só estradas cobertas de neve e muito gelo, ele teve de usar pneus de pregos para poder andar e registou temperaturas de menos 30º.
Mas eu tenho encontrado um tempo bem melhor neste verão cá por este canto do continente. Passei pelo Alasca, onde atingi por estrada o ponto mais a norte do continente. As paisagens são bem fantásticas e há muitos animais selvagens. Não foram poucas as vezes que alguns atravessaram a estrada à minha frente. Não atingi nenhum mas vi alguns mortos na berma.
No meu regresso do Alasca, encontrei-me de novo com um motociclista que tinha conhecido na Colômbia. Vive em Victoria, na ilha de Vancouver, mas o encontro foi em Watson Lake onde ele estava a combater os fogos florestais. Ele disse-me que planeia atravessar a Rússia no próximo ano com dois amigos e perguntou-me se não me queria juntar a eles. Na ocasião que nos conhecemos eu tinha-lhe falado nessa minha ideia de um possível regresso a Portugal por essa via. Depois de uma noite mal dormida disse-lhe que alinahva com eles e no próximo ano se tudo correr bem poderei estar a cruzar a Rússia por esta ocasião.
Agora já estou em Victoria, em casa dele, onde vou deixar a moto e regressar a casa ainda este mês. No próximo ano volto ao Canadá e se conseguir tratar de tudo vou com eles senão pego outra vez na moto e sigo até à costa Este e embarco para Portugal. Acho que já preciso de um descanso. Há cerca de dois meses entrei no Canadá e desde aí fiz uns dezassete mil quilómetros, mais do que ir de Portugal a Moscovo e voltar, e quase ir outra vez.
Este país é muito grande e tudo fica longe.´É preciso fazer muitas tiradas de 600 ou 700 kms para se chegar a algum lado.

Vai custar-me estar quase um ano sem a moto mas quando voltar ainda vou ter mais vontade de andar.
Até um dia destes.